O retrato estrutural da desigualdade no Brasil

A discriminação da mulher negra é um problema estrutural que permeia a sociedade brasileira e se reflete em diversas esferas da vida, inclusive no acesso a oportunidades. Na hierarquia social, os homens brancos estão no topo, seguidos por mulheres brancas. Na base da pirâmide estão elas: as mulheres pretas.

Não existe um grupo mais prejudicado pela estrutura social do que as mulheres negras. Por isso, são as mais vulneráveis à pobreza e à violência. Assim, num contexto histórico, sofrem com uma realidade da qual é difícil escapar.

Como retrato da desigualdade vivida, Solange Moreira, Secretária nacional da Igualdade Social e Diversidade do Solidariedade, explica: “Em todos as esferas, sem dúvidas, as oportunidades para mulheres brancas são maiores porque uma parcela da população racista e preconceituosa não vê uma mulher negra com a capacidade intelectual e profissional de desempenhar as mesmas funções de uma mulher branca.

Como retrato da desigualdade vivida, Solange Moreira, Secretária nacional da Igualdade Social e Diversidade do Solidariedade, explica: “Em todos as esferas, sem dúvidas, as oportunidades para mulheres brancas são maiores porque uma parcela da população racista e preconceituosa não vê uma mulher negra com a capacidade intelectual e profissional de desempenhar as mesmas funções de uma mulher branca.

“A cor da minha pele significa resistência”, afirma Gilmária Santos, secretária da Mulher do Solidariedade (BA). “Resistir nesse mundo tão preconceituoso, significa demarcar um território que é meu por direito. A cor da pele não significa inferioridade ou superioridade, significa que sou um ser humano dotada de todas as condições de estar em qualquer lugar que eu deseje”. 

No contexto brasileiro, a discriminação da mulher negra é ainda mais profunda. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a trabalhadora negra é quem se insere mais cedo e a última a sair do mercado de trabalho, 71% das mulheres negras estão em ocupações precárias e informais, contra 54% das mulheres brancas e 48% dos homens brancos. E mesmo quando sua escolaridade é similar, a diferença salarial gira em torno de 40% a mais para as mulheres brancas.

Essa dura realidade reflete no dia a dia dessas mulheres que enfrentam diversos obstáculos para conseguirem emprego, serem promovidas em seus trabalhos, terem acesso a serviços sociais básicos, entre outros. Além disso, a falta de representatividade dessas mulheres em espaços de poder e decisão contribui para perpetuar a desigualdade.

“Assim como a educação pode ser libertadora, mas também pode ser opressora, depende de quem pensa as políticas públicas e para quem se pensa as políticas públicas”, explica Gilmária. Que completa dizendo: muitas mudanças na sociedade são atribuídas à educação. Falar de educação não é somente falar de escola, mas de políticas públicas que garantam que a escola seja um espaço de transformação, de quebra de crenças limitantes que possibilitem chances de progresso pessoal e profissional.

Corroborando, Solange completa: “Sem dúvidas a educação é sim uma estratégia para superarmos o racismo, principalmente ao trazer a história do povo negro como verdadeiros heróis na construção do nosso país e mundo.”

“Existe um estigma que precisa ser quebrado, uma reparação que precisa ser feita, uma autoestima que precisa ser fortalecida para que as mulheres pretas possam ter as mesmas oportunidades. Porque nós, mulheres pretas, toda hora precisamos provar que somos competentes e capazes de exercer lugares de poder”
Gilmária Santos, secretária da Mulher do Solidariedade (BA)

LUTA POR IGUALDADE

Não apenas hoje, no Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, que o Solidariedade reafirma o compromisso contínuo na busca pela efetivação de políticas públicas que promovam a equidade de gênero, raça, origem étnica, orientação sexual, identidade de gênero, geracional e de pessoas com deficiência, sendo esse um desafio que deve envolver toda a sociedade.

Apostamos na educação antirracista e trabalhamos diariamente para que a sociedade reconheça e combata a discriminação estrutural, criando oportunidades mais justas e equitativas para todas as mulheres, independentemente de sua raça ou etnia. Venha com a gente! Essa luta também é sua.

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